Por Dr. Bruno Bezerril
Dizem que toda boa história começa com um risco. Mas no caso da Clariens, não foi só risco — foi praticamente um salto triplo carpado no escuro, sem rede, sem colchonete e com uma plateia inteira esperando a queda. Afinal, quem, em sã consciência, decide enfrentar o circo de horrores que virou a educação médica brasileira? Pois é. A gente.
Três anos atrás, num cenário onde abrir faculdade de medicina virou passatempo de empresários entediados, alguém ousou propor um caminho diferente. Um caminho que envolvia qualidade, compromisso, currículo bem-feito, professores que sabiam o que estavam fazendo (sim, isso ainda existe!), e — veja só — projeto pedagógico com pé e cabeça. Uma heresia no Brasil das escolas de jaleco fast-food.
E não pensem que foi fácil. O terreno era árido. Os concorrentes, gigantes de papelão. A burocracia, uma novela mexicana com roteiro ruim. Mas havia uma arma secreta: um time estelar. Não um ajuntado de nomes para encher PowerPoint, mas uma constelação cuidadosamente desenhada, uma liga de profissionais que misturava experiência, paixão, coragem e um pouquinho de teimosia — afinal, é preciso ser muito teimoso para querer fazer direito onde tudo conspira para o improviso.
Os três anos da Clariens não se medem apenas em tempo. Se medem em batalhas vencidas no anonimato, em reuniões que viraram trincheiras, em aulas que reacenderam o brilho nos olhos de estudantes que nunca tinham visto o que é ser formado de verdade. Se medem em cada nota máxima no MEC (sim, todas as unidades), em cada artigo publicado, em cada parceria internacional firmada, em cada professor que virou mentor, em cada estudante que virou autor.
Hoje, a Clariens tem o que poucas instituições conseguem: identidade. Tem sotaque de excelência, DNA de coragem e alma de projeto que nasceu para durar. Porque aqui não se vende diploma — se constrói futuro. Com suor, com rigor, com ciência. E, claro, com uma pitada de bom humor, porque se a gente levasse tudo tão a sério quanto o sistema leva o improviso, já teria surtado no segundo mês.
Três anos. Parece pouco. Mas, para quem conhece os bastidores, parece milagre. Um milagre laico, planejado, auditado e com resultados mensuráveis. Um milagre com nome, CPF e currículo Lattes.
Parabéns, Clariens. Que venham mais três. Depois mais trinta. Depois o mundo.
(E sim, a gente já sabia que ia dar certo. Porque quando se junta gente boa com propósito forte, o final feliz é só uma questão de tempo.)